Intimidades
Há guizos nos sentidos, há um roçar gentil na pele que logo se torna num doloroso arranhar, há unhas na carne!
Há uivos que se ouvem, há um ladrar ensurdecedor, há um domínio de território que se tenta estabelecer…
Há uma gargalhada partilhada, um olhar de cumplicidade que se vai transformando num desabafo incrédulo…
Há empurrões, há abraços interrompidos, há ausências forçadas!
Há o regresso. Calma, cinco minutos, há cinco, talvez dez preciosos minutos! O tempo passa a contra-relógio, finalmente o abandono da consciência…é o vigor dos corpos que reina! Rápido, foi tão rápido!
A força das unhas ouve-se ao longe, cada vez mais fortes e poderosas. A força do ladrar no domínio da noite interrompe violentamente o som rítmico das unhas…
- Levanta-te agora tu e abre a porta, a gata ainda lhe faz um buraco! E já agora, vai à janela dar um grito à cadela!
- Querida, será que para a próxima podemos deixar as “crianças” na avó?
- (gargalhada) Isso ou sempre temos a hipótese de umas horitas num quarto de hotel…