Tu desiludiste-me. Magoaste a minha Alma. Rasgaste o meu coração. Nunca estava à espera de tamanha traição!
Vais dizer que não me conheces o suficiente para me proporcionares um tal prazer. Vais dizer que cheguei tarde à tua vida. Até que se calhar vais dizer que estes assuntos são demasiado íntimos para serem partilhados.
Mas, não percebo, não foste tu que me abriste a porta à esperança e à expectativa? Não foste tu que me mostraste o caminho para a cumplicidade no sussurrar de palavras vadias e cheias de ambiguidade? Não foste tu que deixaste tudo em aberto?
Não foste tu que me prometeste? Já não te lembras?
E os nossos sonhos, partilhados nos cantos escuros e reservados? Longe dos olhares indiscretos, não foste tu que me disseste que tratavas de tudo? Não foste tu, e só tu, que ao olhares directamente nos meus olhos, enquanto passavas os teus dedos nos teus cabelos compridos, me deste a certeza que era uma experiência que ias viver comigo custe o que custar? Não foste tu que tinhas planeado como íamos escapar das namoradas para vivermos o nosso desejo?
Porque me negaste este prazer sublime? Porque me negaste este suave toque aos lábios e o seu sabor amargo que abre as portas da fantasia e da satisfação? Porque me negaste esta leve tontura, desinibida e libertadora, que fica enquanto tudo o resto acaba?
Hei-de aguardar? Por quanto tempo mais hei-de aguardar?
Não tens vergonha? Já não existe limite nenhum? Porquê?
Quero ver-te para to dizer, olhos nos olhos. Quero ver-te para to gritar.
O mundo inteiro deve saber:
“Gaja boa, como te atreveste de arranjar erva e de fumá-la sozinha?”